quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Queria ser eu

Aquela menina que ia hoje na rua a passear com a avó. Fez-me lembrar as tardes quentes em que vinha contigo de mão dada pela rua, pelo fresco como dizes, com aqueles vestidinhos com padrões estranhos, a meinha branca e o sapatinho pérola. Tenho saudades daquela inocência. De não ter preocupações, de ser criança. A segurança da tua mão, enrugada e áspera após um dia de trabalho. E vocês podem dizer e então e a tua liberdade, e as saídas à noite? E os amigos? etc. Sim isso é tudo fantástico. Mas há qualquer coisa que se perde quando se cresce, este é um exemplo, já não ando de mão dada no meio da rua para não me perder, embora por vezes me apeteça. Vou fazê-lo sempre que me apetecer, porque um dia não vais mais estar aqui comigo e eu vou sentir saudades tuas em tudo, afinal sou o que sou graças a ti. É por ti que ainda estou aqui, sei o quão importante sou para ti, sei o quanto me cuidaste e sei que pelo menos enquanto aqui estiveres, eu vou estar bem. Queria que nunca me deixasses, sei que é impossível, mas gostava. E por isso, queria ser eu, para poder ter mais tempo contigo e comigo. Sou assim, ainda criança para ti.

2 comentários:

  1. Perdemos muito quando crescemos, é verdade sim!
    Este texto emocionou-me: ou é por estar frágil hoje ou então porque está muito bonito! Um pouco dos dois, mas mais pela segunda razão x)

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  2. Perdemos muito quando crescemos, é verdade...
    Este texto emocionou-me: ou porque hoje estou muito frágil ou então porque está muito bonito!
    Um pouco das duas razões, mas um pouquinho mais da segunda x)

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