sexta-feira, 17 de abril de 2009

19 anos depois...

As minhas ricas pedras, como é possível isto estar dentro de uma pessoa






...tiraram-te de mim. Não fazias falta e só incomodavas, foi melhor assim.
Passar por uma operação não é fácil, era bom que a anestesia fosse dada ainda no quarto para não ter que ver o bloco operatório, ver as palhaçadas das enfermeiras, coisa que não compreendo, quer dizer uma pessoa ali nua de braços abertos, prestes a mostrar as entranhas a meia dúzia de desconhecidos e elas ali a fazerem comentários estúpidos e até a atender telemóveis (pois, eu pensava que nenhum objecto estranho ao serviço poderia entrar mas parece que sim, imagino o que fizeram quando eu estava off), era escusado ver o paciente anterior a sair da sala de operações entre outras cenas deprimentes. O melhor é mesmo quando dão a anestesia, aquela coisinha branca que durante quarenta segundos parece a melhor moca do mundo, mas não é, o facto é que reajo um bocado mal, quando acordo parece que passou um camião por cima e durante o resto do dia só me apetece dormir (já parece uma profissional destas andanças a falar, mas durante estes últimos dois meses vivi o que nunca pensei aos dezanove anos, internamento, operação e as dores horrivéis claro.
Quando acordei da anestesia, no recobro, tinha um senhor muito giro que queria porque queria fazer xixi na casa de banho, pois bem eu não sei como é que ele se sentia, mas eu além de zonza, e pedrada não tinha forças nem ara abrir os olhos e mais não me lembro porque apaguei, ainda me lembro de mudar de maca para a cama mais de resto é um branco.
Estive a ser operada durante duas horas, não me lembro como é óbvio, mas toda a gente me pergunta como foi (?), não tenho resposta. É como como se estivesse bêbeda visto que quando me encontro neste estado no dia seguinte também não me lembro de grande coisa, estou ensonada, cansada e geralmente vomito, no dia a seguir à operação também estava assim, a única diferença é que tinha três buracos com agrafos na barriga e um dreno.
As enfermeiras do meu quarto também eram uma simpatia só, uma estagiária de 21 anos (medo) tentou por-me um cateter três vezes e eu disse-lhe que a veia não estava onde ela tinha a agulha a supervisora dela bruta que metia medo, mal podia abrir a boca que ela mandava-me logo estar quieta, enfim, ao menos no primeiro internamento tinha enfermeiros giros e simpáticos. Auxiliares, eram outras pérolas. A auxiliar da noite, não queria fazer nenhum, mal lhe pedia a arrastadeira fazia uma cara (sim depois da cirurgia não me podia levar teve de ser assim, são necessidades fundamentais) e depois deixava lá aquilo muito tempo eu numa posição que pronto, tocava logo na campainha para não te que me chatear. A auxiliar do dia era uma querida (a minha mãe toma conta do filho dela), está explicado (também era boazinha para as outras, não se trata de um caso de interesse mas podia).
Foi uma experiência deveras muito gira, mas nos próximos tempos não ver médicos nem hospitais (vá, tenho de ir as consultas, mas desde que não fique lá) já fico muitíssimo feliz :D
Agora, venha a QUEIMA!

2 comentários:

  1. Queres que diga outra vez o que te fizeram enquanto estavas lá dentro? ;)

    é, nem sempre conhecemos as pessoas, mas quando começamos a conhecer a sério temos (por vezes) surpresas tão agradáveis! :)

    põe-te boa depressa (L) *

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  2. Foi uma experiência pelo qual nunca mais vais ter de passar ;)
    Queima espera-nos dear x)

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